segunda-feira, 12 de março de 2007

AUGUSTO FARIAS

Mais conhecido por ser irmão de PC Farias, Augusto Farias (PTB-AL) é também um latifundiário. Chegou a ser preso, em 2003, pela acusação de manter trabalho escravo em fazenda no Pará. Ele volta à Câmara após a morte do deputado Gerônimo da Adefal (PFL). Com uma ironia: Gerônimo, portador de deficiência, fazia parte da Comissão de Direitos Humanos e Minorias - portanto há grandes chances de o posto ser herdado por Farias.

A fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) constatou a prática de trabalho escravo na fazenda Santa Ana, em Cumaru do Norte (PA). As terras são administradas pela empresa Santa Ana Agropecuária e Industrial, da irmã de Farias, Eleuza. Na última "lista suja" do trabalho escravo, em fevereiro, a empresa continuava na lista de empregadores acusados da prática trabalhista medieval.

Na declaração de bens de Farias não consta a Santa Ana. Apenas a fazenda Rio Fresco, também em Cumaru do Norte, com 4.356 hectares. A fazenda tem o mesmo nome da segunda fazenda onde no Brasil foram encontrados mais trabalhadores escravos, exatamente na mesma blitz do MTE, em 2003. Essa fazenda Rio Fresco, que não está mais na "lista suja", pertenceria a Antonio Lucena Barros.

Na fazenda dos Farias foram localizados 141 trabalhadores em condições similares a de escravos, segundo a procuradora federal Eliane Menezes de Faria, na época subprocuradora Geral da República - na atual "lista suja", constam 99. Ela contou na ocasião, emocionada, que foram identificados 40 casos de malária, 26 trabalhadores com dengue, muitos com infecção nos rins, vários deles com contusões e até um caso de olho vazado.

“Todos vivendo em condições precárias de alojamento, alimentando-se com comida estragada, sem água potável e presos, impedidos de sair do local de trabalho”, relatou. ”Em 15 anos de vivência na área jurídica, nunca vi homens livres serem tratados com tamanha crueldade. O custo mensal de cada detento em Brasília é de R$ 783,00. Mas estranhamente o País ainda não conseguiu assegurar condições para o pagamento de um salário mínimo digno ao trabalhador. E seguimos vendo homens livres viverem em condições piores do que os detentos, em condições mais precárias até que aqueles que vivem nas piores masmorras”.

Farias recebeu em sua campanha doações de vários usineiros alagoanos.

Um comentário:

The Hi-Brazilian Blogger disse...

Excelente! E, para dar uma esquentada no caldeirão de azeite, agora o Minc aparece com uma lista onde a referida fazenda aparece entre os recordistas em desmatamento...fonte quente, site da globo:

http://g1.globo.com/Amazonia/0,,MUL778368-16052,00-MINISTERIO+DO+MEIO+AMBIENTE+DIVULGA+LISTA+DOS+MAIORES+DESMATADORES+DA+AMAZO.html